Os movimentos do amor

Há um grande perigo quando falamos em “amor”: deixá-lo na dimensão conceitual, inanimado, frio e estático. Fazemos isso quando falamos nele apenas teoricamente em nossas elaborações; quando aprendemos a discursar e a escrever sobre ele de forma eloqüente, mas sem nenhuma prática.

Jesus conhecia esse risco. Por isso ensinou a amar o próximo, para que o amor fosse um movimento, dinâmico e vivo, na construção da nossa vida e da vida dos outros. Não ensinou teoricamente, ensinou amando. Ele era a lição.

Para ser legítimo, o amor precisa ter desdobramentos, conseqüências históricas, capazes de transformar e inspirar a vida.

Amor se desdobra em solidariedade. Se importa com as carências do outro, se há o que comer e vestir. Se sentir indignado com a miséria é a experiência fundamental do ser humano, porque é o começo da transformação a ser empreendida para minimizar o sofrimento. Quem é solidário tem a virtude da compaixão: se responsabilizar pelo bem estar comunitário.

Amor se desdobra em alegria, porque dá razão para viver. Viver alegre não é viver sem sofrimento ou dor, é viver com esperança; saber que não está vagando. É isso que motiva a seguir em frente. Quem sabe para onde está indo não tem pressa, aproveita a jornada.

Amor se desdobra em paz. Não quer guerra, porque disputar não faz sentido. Não quer briga, porque não quer ter razão. O perigo em quem quer ter razão é acreditar-se possuidor da verdade, e se tornar capaz de matar por ela. Quem quer paz está disposto a morrer, não a matar. Quem quer paz tem a virtude da mansidão; é avesso a agressão.

Amor se desdobra em paciência. É tardio para se irritar e apressado para ensinar. O amor repete o processo quantas vezes for preciso. É como a mãe que ensina quatrocentos e trinta e seis vezes a mesma coisa, ou como o pai que dá sempre mais uma chance. É tolerar contrariedades e perseverar - prosperar o caráter.

Amor se desdobra em bondade, em bem querer. Fazer de tudo para tornar a vida do próximo melhor, mais confortável, mais feliz; mesmo que, para isso, seja preciso anular a si mesmo. Preferir pagar o ônus a ver o outro sofrer.

Amor se desdobra em fidelidade. Não negociar certas propostas, certos valores, certas histórias. É vestir a camisa. Assumir o compromisso da caminhada; ir até o fim. É largar o trabalho para passar o dia com o amigo derrotado em outra cidade, a despeito da hora e da distância. É não ver barreiras para honrar o parceiro.

Amor se desdobra em misericórdia. Sentir a dor do outro, unindo os corações. Não colocar o dedo na ferida, mas permitir que ela cicatrize. Não julgar, porque conhece o banco dos réus. É não cobrar o erro, mas perdoar – porque o amor também se desdobra em perdão.

Amor se desdobra em liberdade, porque é nela, e só nela, que ele acontece.
Todos os desdobramentos estão intimamente relacionados, porque se resumem em amar.

Não há nada mais importante na vida humana do que amar e ser amado. É por isso que creio no Deus revelado na Bíblia: porque Ele é amor – é por meio do amor que tenho experiências com Ele.
Lucas Lujan

sexta-feira, 17 de setembro de 2010 às 06:31 , 1 Comment

Cuide do seu espírito

É determinante o encontro de Jesus com a mulher samaritana, em Sicar, diante do poço de Jacó. Há nele uma revelação que orienta todo pensamento a respeito de Deus, toda elaboração, todo conceito: Deus é espírito, e procura adoradores em espírito e em verdade.


Um Deus que é espírito e procura adoração em espírito não se preocupa com o local da adoração, se é no monte ou no templo. Não há melhor local.

Não se preocupa com a religião, se é judeu ou samaritano. Não há melhor culto.

Não se preocupa com raça, se é hebreu ou babilônio. Não há melhor etnia.
Para encontrá-lo, é necessário um espírito adorador e verdadeiro. O resto é irrelevante. O espírito não se limita por barreiras externas, ele é interior, onde rótulos não têm a menor importância.

Espírito adorador e verdadeiro é aquele que ama. É aquele que tem no amor o sentido de sua existência, o critério de seus passos. Para Jesus não há maior valor do que o amor, pois resume toda Lei a ele. Não há forma de adoração mais excelente do que amar, portanto.

Aquele que ama é nascido de Deus. É adorador. Pode ser judeu, samaritano, evangélico, católico, espírita. Pode cultuar no monte, no templo, na igreja, na sinagoga, na mesquita. Pode ser branco, negro, índio ou asiático.

Toda experiência de amor é uma experiência de Deus, uma forma de culto e de adoração.

Deus não pertence a uma religião. Não pertence a um local. Não pertence a uma raça. Não pertence a uma cultura.

Jesus se revela àquela samaritana como Messias, mesmo não sendo de sua religião ou raça: ele é o Messias de Deus para todos.

Debates a respeito de qual religião é a verdadeira, qual a melhor cultura e qual o local ideal para adorar a Deus é pura perda de tempo, vaidade. Ao invés disso, invista seu tempo em amar, em se tornar um adorar em espírito e em verdade.

A revelação é que Deus pode ser adorado por todos, em todos os lugares, culturas e religiões, porque a questão fundamental não é essa, e sim o que há em seu espírito. O que importa é o amor.

Quando se fala em adoração a Deus, condições externas são pequenos detalhes, obras do acaso, pois ninguém escolhe onde vai nascer, qual será sua cultura, etnia e tradição religiosa. Essencial são as condições internas, pois essas são fruto de escolhas. Não há mascaras ou esconderijos, o que há é o espírito. Cuide do seu.




Lucas Lujan

quarta-feira, 8 de setembro de 2010 às 14:56 , 0 Comments

Amor, liberdade e responsabilidade

Crer que Deus é amor implica aceitar a liberdade: somos livres. Não há amor sem liberdade, pois não é possível um amor imposto. É impossível obrigar alguém a amar. Apenas na liberdade é possível acontecer o amor.

Deus não poderia amar e, ao mesmo tempo, controlar, pois estaria reprimindo as escolhas. Deus não poderia ser amor e, ao mesmo tempo, determinar a história, pois estaria nos roubando a liberdade, e, portanto, faltando com amor.

Para amar, Deus precisa deixar livre. Por ser amor, Deus respeita nossas decisões, não decide por nós.

Assim sendo, não há história pronta: nem a minha, nem a sua. Nossos destinos não estão escritos. Existimos no espaço das possibilidades.

Precisamos, então, tomar consciência da nossa capacidade criativa: somos autores da História. Devemos assumir a ética da responsabilidade para escrever nosso futuro, pessoal e coletivo, pois estamos todos, de alguma forma, ligados. Ninguém vive isolado.

Somos os protagonistas. Temos liberdade para criarmos a história que quisermos. É uma faca de dois gumes: há a possibilidade de criarmos um inferno, mas há também a possibilidade de criarmos um céu. Deus apostou na segunda.

Não há vida que não possa mudar de rumo. Toda história pode mudar de direção. Podemos intervir em todas as situações, transformá-las, reescrevê-las.
Deus nos deu toda a orientação, nascendo entre nós. Agora, nos cabe assumir o chamado: encarregar-nos da liberdade com responsabilidade, onde o limite é o amor.







Lucas Lujan

quinta-feira, 19 de agosto de 2010 às 09:20 , 0 Comments

Sobre a cruz

A Cruz, figura geométrica que consiste em duas linhas ou barras que se cruzam em 90º. Instrumento conhecido por representar simbolicamente a morte, daí sua presença nos cemitérios, mas voltando mais na história, essa representatividade vem da cruz que crucificava pessoas, uma forma (das piores) de assassinar pessoas que era usada na antiguidade, sendo usada também para assassinar o principal personagem ou pessoa que existiu entre os homens, Jesus.


Na crença cristã Jesus teria ressuscitado ao terceiro dia, e como a esperança cristã é baseada na ressurreição, usa-se cruz como forma de perpetuar a fé e quem sabe obter a ressurreição para a vida eterna.

Mas não é sobre descrever a cruz que interessa, mas sim sua representatividade no meio cristão do qual eu também faço parte.

A cruz tem o poder de ser amada e odiada por pessoas que professam a mesma fé, pode ser tanto um objeto de reverencia como de abominação. Mas fato é que todos esses sentimentos muita das vezes vieram de conceitos antigos, no qual quem usa-os hoje nem sabem dizer ou explicar o porquê sentem ou opinião por tal conceito ou idéia.

A Cruz começou a ser usada como símbolo do cristianismo quando Constantino instituiu oficialmente a religião cristã. Sendo a cruz objeto que expressava o máximo da grandeza de Jesus (mas ainda vinculado com a cultura judaica do qual o cristianismo disscinde, e cultura onde havia hábitos de sacrifícios para obter o pagamento dos pecados).

Mas com a reforma protestante contra a igreja católica cerca de 1000 anos após, os protestantes queriam tanto se desvincular, ser extremamente diferentes dos católicos que adotaram outros símbolos e explicações para negar os símbolos e costumes católicos.

As igrejas católicas usam cruzes em seus templos, e na maioria contendo uma imagem de um homem que simboliza Jesus. Já os protestantes abominam essa idéia de imagem de Jesus, porque dizem que como Jesus ressuscitou, não cabe simbolizar ele de forma morta. Mas também começaram a abominar a cruz mesmo sem ter a imagem de Jesus, pois dizem ser idolatria, já que nas escrituras existem textos que dizem para não fazer imagens nem esculturas para representar Deus.

Interessante que nas mesmas escrituras existem textos que o próprio Deus teria dito para se fazer imagens e esculturas (uma cobra), mas isso não entra na questão.

Os protestantes dentro desse atrito com os católicos, não aceitam compartilhar nada do que eles têm em comum. E esse preconceito é tão inútil que acaba encobrindo o verdadeiro significado e historicidade da crucificação.

Na cruz, foi que Jesus demonstrou a glória de Deus. Na cruz tudo o que Jesus ensinou e falou veio à tona na prática. Na cruz obtivemos a prova maior que Jesus Cristo era Deus. Foi na cruz, que machucado, ferido, agonizante e quase morrendo que Jesus demonstrou seu amor para com os outros.

Jesus na cruz conseguiu expressar o tamanho de sua grandeza ao consolar o ladrão, “-Logos estarás no paraíso” e ser seu companheiro, “-Estarei com você”.

Ao se preocupar com sua mãe que perdia um filho, ao se preocupar com seu discípulo que perdera o mestre “-Ai está seu filho” e “-Ai está sua mãe”. Ao se preocupar em livrar a cara dos soldados ao orar pra Deus e pedir seu perdão.

Na cruz, Jesus foi misericórdia, amor, paz, mansidão, altruísmo, conforto e companhia.

Eu tenho uma tatuagem de uma cruz, e sempre sou questionado e alvo do preconceito de “crentes” sobre imagem da cruz. Sempre a pergunta é “-Por que você tem uma cruz? Ela significa algo pra você?”.

Como é meu costume, sempre respondo com outra pergunta “-O que é a cruz pra você?”. Porém sempre escuto as mesmas respostas sem fundamento, “-A cruz é um objeto de idolatria dos católicos e pra mim não podemos usar cruz” (não se pode idolatrar uma cruz, mas pode um livro?).

Vejo a mania de sempre responder não pra responder e esclarecer, mas responder para condenar o outro. Não vou responder para mostra meu lado certo da coisa, mas pra mostrar o errado da outra. Isso quando respondem.

Há algum tempo tenho tentado me desligar da religião, dogmas, doutrinas, ritos e liturgias. Sejam elas do cristianismo (protestante e católico) ou de qualquer outra religião, entendo cada vez mais que cultuar a Deus não é cumprir um rito da instituição que freqüento.

Porem me identifico com o cristianismo, pois de todos os exemplos, Jesus ainda é o mais belo disparado. E a partir dele tenho minha resposta sobre a questão da cruz:

A cruz representa pra mim o maior manifesto de Deus que já tivemos, o centro da minha fé e do meu sentido de vida, uma pessoa numa situação horrível como a que Jesus estava e mesmo assim mantendo-se fiel ao seu caráter, é uma coisa tão linda que nada pode superar. A cruz é o objeto que simboliza isso, que quando olho para a cruz isso tudo volta à mente. A cruz representa o preço que você está disposto a pagar por essa causa, até onde você consegue ou aceita ir por esta causa. Jesus disse, “-Se quiser vir, tome sua cruz e siga-me”. Eu tomei minha cruz e hoje apenas ouso seguir-lhe. Ouso, pois dizer que sou um seguidor é muito, então apenas ouso.

Cruz, sob sua sombra resplandece a glória de Deus. Por causa dessa cruz hoje encontrei algo valioso pelo que encontrei sentido. Sim eu amo a mensagem da cruz.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010 às 08:20 , 1 Comment

Pilatos, Judeus, Jesus e rótulos

Há alguns dias ouvi uma mensagem onde foi descrito um ponto de vista com que concordo (no fato citado), mas que visando um auto-exame das pessoas não creio que deva ser sempre assim.


Só pra deixar claro, a mensagem em si não era sobre rótulos impostos pelas pessoas, mas sim sobre o caráter imutável de Jesus, pois mesmo sendo crucificado ainda sim se preocupava com a mãe e o discípulo. Também falava da insensibilidade das pessoas diante de fatos horríveis (como a crucificação e morte de uma pessoa) e ai sim chegamos ao ponto que me fez refletir mais que é o tal “rótulo”.

No fato ocorrido á 2010 anos atrás, Pilatos rotulo Jesus de “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” colocando essas palavras em uma placa na cruz onde Jesus era crucificado, e isso realmente não muda quem Jesus foi, até porque como citado na pregação, Pilatos não dirigia as palavras á Jesus, mas sim aos Judeus que o haviam incomodado de madrugada para tratar de assuntos “religiosos” o qual não interessava já que sua parte era tratar de assuntos digamos “civis”.

A questão é que em alguns momentos específicos como a atitude de Pilatos de ter “rotulado” Jesus para provocar os Judeus não interfere em quem Jesus foi, mas demonstra o caráter de quem está rotulando. Sim concordo, mas nem sempre isso se aplica dessa maneira.

Vejamos, na minha ótica quem “rotula”, na verdade nem gosto deste termo “rotula”, vou colocar assim, quem emiti uma opinião sobre alguém, ou melhor, quem tenta descrever uma pessoa quase sempre demonstra o seu próprio caráter (digo 99% das vezes), pois expõe seu ponto de vista e dele conseguimos saber qual a intenção dessa descrição ou rotulação. Exemplo: Jesus foi rotulado por Pilatos, mas também foi descrito ou rotulado por seus discípulos. E ai nos deparamos com descrições opostas, contrarias e diferentes.

Descrever ou rotular uma pessoa de forma má, nem sempre quer dizer que quem está rotulando é mau caráter. E vice-versa.
No caso de Jesus, seus discípulos o conheciam bem, então é mais fácil descrever, mas Pilatos não sabia quem era Jesus, daí parte a rotulação dirigida aos Judeus que entregaram Jesus. Pilatos na verdade fez uma sátira com os Judeus usando Jesus.

Acho que nunca devemos “fingir que não aconteceu” ou fazer vista grossa quando escutamos alguém nos rotulando, muitas vezes esse rótulo pode não descrever quem você é na totalidade, mas em alguma parte sua isso pode ser de verdade. Por isso devemos sempre nos auto-examinar quando alguém nos rotula.
Ninguém gosta de receber rótulos ruins, os bons mesmo quando você sabe que não é verdade você não se incomoda de deixarem grudar. Mas por que os ruins, mesmo verdadeiros incomodam?

Sei que receber rótulos ruins não é legal mesmo, mas acho essencial recebe-los sempre, pois é partir deles que olhamos pra nós mesmos e analisamos se merecemos, se deixamos ele grudar ou não. Principalmente quando o rótulo vem de alguém próximo a você, pois estes na maioria das vezes, ruins ou bons, têm mais probabilidade de ser verdade e de ele já estar grudado em você, e pra tirá-lo, ai vai depender do seu caráter e não de quem o rotulou.
O rótulo é na verdade a descrição da interface, não do conteúdo, mas muitas vezes a interface é revelação do conteúdo.
Pode ter sido somente minha impressão sobre a mensagem, mas acho fundamental dizer que é a partir das criticas, de erros e principalmente de mudanças que melhoramos. Talvez muitos nem queiram mudar, “-Esse sou eu e pronto!”, ou pensam, “-Não vou mudar só pra agradar os outros!”.

Mas eu pelo menos quero mudar sempre, quero ser Eu ainda, mas um Eu melhor a cada dia, e não só pra agradar os outros, mas somente pra me tornar mais parecido com aquele Jesus que foi crucificado e que recebeu muitos rótulos. Humildade é uma virtude, reconhecer os erros uma maior ainda. Eu tentar tirar os rótulos que me colocam? Não mesmo, prefiro me reavaliar, mudar se for preciso e deixar quem colocou vir trocar depois!
Que a graça e o amor de Deus esteja sempre conosco!

terça-feira, 27 de julho de 2010 às 10:47 , 0 Comments

CRISTÃOS FUNDAMENTALISTAS

São os que acreditam que as sagradas escrituras foram ditadas diretamente por Deus e que, por isso, tudo o que nelas está escrito é sagrado, verdadeiro e deve ser obrigatoriamente obedecido para sempre. A verdade divina está fora do tempo. Aquilo que Deus comandava há 3.000 anos é válido para hoje e para todos os tempos futuros.

Digo isso a propósito de uma carta dirigida a Laura Schlessinger, conhecida locutora de rádio nos Estados Unidos que tem um desses programas interativos que dá respostas e conselhos aos ouvintes que a chamam ao telefone. Recentemente, perguntada sobre a homossexualidade, a locutora disse que se trata de uma abominação, pois assim a Bíblia o afirma no livro de Levítico 18:22. Um ouvinte escreveu-lhe então uma carta que vou transcrever:

"Querida doutora Laura, muito obrigado por se esforçar tanto pra educar as pessoas segundo a lei de Deus. (...) Mas, de qualquer forma, necessito de alguns conselhos adicionais de sua parte a respeito de outras leis bíblicas e sobre a forma de cumpri-las: gostaria de vender minha filha como serva, tal como o indica o livro de Êxodo 21:7. Nos tempos em que vivemos, na sua opinião, qual seria o preço adequado?

O livro de Levítico 25:44 estabelece que posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, desde que não sejam adquiridos de países vizinhos. Um amigo meu afirma que isso só se aplica aos mexicanos, mas não aos canadenses. Será que a senhora poderia esclarecer esse ponto? Por que não posso possuir canadenses?

Sei que não estou autorizado a ter qualquer contato com mulher alguma no seu período de impureza menstrual (Levítico 18:19, 20:18 etc.). O problema que se me coloca é o seguinte: como posso saber se as mulheres estão menstruadas ou não? Tenho tentado perguntar-lhes, mas muitas mulheres são tímidas e outras se sentem ofendidas.

Tenho um vizinho que insiste em trabalhar no sábado. O livro de Êxodo 35:2 claramente estabelece que quem trabalha aos sábados deve receber a pena de morte. Isso quer dizer que eu, pessoalmente, sou obrigado a matá-lo? Será que a senhora poderia, de alguma maneira, aliviar-me dessa obrigação aborrecida?

No livro de Levítico 21:18-21 está estabelecido que uma pessoa não pode se aproximar do altar de Deus se tiver algum defeito na vista. Preciso confessar que eu preciso de óculos para ver. Minha acuidade visual tem de ser 100% para que eu me aproxime do altar de Deus?

Eu sei, graças a Levítico 11:6-8, que quem tocar a pele de um porco morto fica impuro. Acontece que adoro jogar futebol americano, cujas bolas são feitas de pele de porco. Será que me será permitido continuar a jogar futebol americano se usar luvas?

Meu tio tem um sítio. Deixa de cumprir o que diz Levítico 19:19, pois que planta dois tipos diferentes de semente ao mesmo campo, e também deixa de cumprir a sua mulher, que usa roupas de dois tecidos diferentes -a saber, algodão e poliéster. Será que é necessário levar a cabo o complicado procedimento de reunir todas as pessoas da vila para apedrejá-la? Não poderíamos queimá-la numa reunião privada?

Sei que a senhora estudou esses assuntos com grande profundidade de forma que confio plenamente na sua ajuda. Obrigado de novo por recordar-nos que a palavra de Deus é eterna e imutável".

Rubem Alves

às 09:24 , 0 Comments

Crentes Bastardos

Quem diria que depois do movimento desgovernado dos crentes extravagantes e toda bagagem de unção, profetadas e atos patéticos que os acompanharam durante os últimos anos veríamos um movimento oposto, porém em nada muito diferente a este. Diante de algumas observações que comecei a fazer a mais ou menos um ano atrás ficou inevitável abordar esse assunto
O novo magote de ‘’crentes bastardos’’. Quem são eles?

Pessoas decepcionadas com os rumos do cristianismo que se tornaram desertores da ‘’igreja’’ por considerar a instituição corrompida, e de fato é, mas isso também não é assim nenhuma novidade, Kierkegaard que nos diga! De repente se lessem mais não ficariam tão surpresos com a institucionalização do cristianismo, ainda que essa questão deva ser combatida é preciso ter cautela(Tt.9-11), coerência só faz mal para o Dunga.

Enfim, são crentes bastardos aqueles que se isolam em casa ficando cada vez mais amargurados, ou os que assumem papel de reformista cibernéticos do século XXI assumindo uma militância virtual se esquecendo de que a fé cristã precisa ser praticada e vivida; alguns chegam a criar Blog única e exclusivamente para criticar tudo que qualquer crente faz ou diz, condenam tudo e todos fazendo piada daquilo que é gospel.

Mesmo sendo o mundo gospel a própria piada, ainda assim a moda agora é chacotear. Em muitos casos os crentes bastardos acabam sentindo-se os donos da verdade por enxergarem um pouco além dos demais, consideram as vítima do falso evangelho pura ralé, chechelentos de Gezuz; por isso, portam-se como intelectuais da fé, e agem como se apenas eles possuíssem um propósito sincero em servir a Deus.

Como diria minha avó ou são 8 ou 80, parece que com o povo é de um extremo a outro. Porque apenas não se voltam para simplicidade que há em Cristo? Parece-me que ao invés disso um movimento oposto, mas também não tão Puro e Simples como deveria ser tem ganhado força.

Infelizmente tenho visto que existe uma grande tendência entre crentes bastardos em assumir falta de compromisso cristão, confundindo a liberdade que há em Cristo no sentido de libertar-se de si mesmo com certa libertinagem mundana disfarçada de ”revolução ou reforma”. Trocar dogmas impostos pela instituição evangélica atual por conceitos do mundo moderno não irá fazer diferença.

O fato de o indivíduo sair de uma instituição falida não significa que ele estará automaticamente colaborando de alguma forma com o Reino de Deus. Muita gente esta entrando por esse caminho, sem parar pra refletir no que de fato é servir a Deus e estar de acordo com Sua Palavra(Jo.15:10).

O objetivo do Evangelho não é alimentar apenas uma fé individual, é também comunhão e é também compartilhar.

Quando a escolha é isolar-se em casa e viver desfrutando das amarguras geradas pelas feridas que a decepção com a ‘’igreja’’ tende a trazer, o resultado é depressão, e a fé aos poucos vai morrendo e pode acabar ajudando a matar outros(Hd12:14-15). Em relação a reunir-se em casa a preocupação fica voltada para o nascimento de uma fé estéril.

De fato a reunião mais simples feita em casa com um grupo menor de pessoas é mais gostosa, também pode ser mais edificante, eu vivo essa experiência há 7 anos, porém é um ambiente propício á desenvolver uma fé compromissada apenas com a própria alimentação espiritual, esse tipo de preocupação individualista tende a gerar uma fé que não produz que não frutifica.

Também pode ser uma das muitas formas existentes de criar heresias, principalmente quando se lê a Bíblia com ideias já formadas. É bom lembrar que reunir-se em casa, na rua, na praia ou em uma casinha de sapê sem o devido cuidado e compromisso com a Verdade é tão perigoso quanto ir a ‘’igreja’’.

Então, hoje meu recado é pra os crentes bastardos que entraram no movimento de discursar contra as atrocidades do mundo gospel achando que isso e nada mais do que isso fará alguma diferença. Evangelho também é convivência, então se a opção é viver em casa curtindo uma amargura é bom saber que a raiz de amargura, brotando, perturba, e por ela muitos se contaminam, além disso a fé sem obras é morta, assim como a fé de Abraão foi aperfeiçoada pelas obras, a nossa também é(Tg.2:21-22).

Se existe o desejo de fazer alguma diferença em relação àqueles que estão nas instituições esquentando banco ou pregando mentiras, se tem o desejo de lutar o bom combate então guardem a fé em Cristo, pratiquem-na, dêem frutos, e bons frutos. Ao contrário estarão do mesmo jeito daqueles a que tanto criticam, não produzindo nada que se aproveite. Cuidado com o machado!

‘’Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.’’ Tg.2:26

postado por: Cris Corrêa
fonte: Blog Frenesi

quarta-feira, 30 de junho de 2010 às 15:35 , 0 Comments

LIBERDADE

Ao Sr. Kfouri… o filho.

Ariovaldo Ramos

Não é direito do ser humano, ter ou não ter fé?
E não é um direito explicar a vida a partir da fé?
Se perde, não é um direito buscar consolo na fé?
E se ganha, não é um direito atribuir a superação ao deus em que crê?
Se não há deus, por que a ira contra quem não existe?
Logo, é ira contra seres humanos no exercício do direito de explicar a sua vida, e atribuir a sua vitória a quem quer que seja.
E como eu saberia que o articulista não tem fé, se não o tivesse dito no espaço onde deveria falar de futebol?
E se alguém, ao ver a demonstração de fé dos atletas, decidir buscar essa fé, não lhe será um direito?
E se, ao ouvir o articulista, decidir pelo ateísmo, isso não lhe será um direito?
Por que essa celeuma sobre o que é apenas o exercício de direito?
O fato de eu não gostar de ouvir algo, não tira do outro o direito de falar.
O fato de eu não gostar de como alguém comemora os seus feitos, não lhe tira o direito de o fazer.
Direito: faça valer!

Completando:

Qual o problema em alguém expressar sua fé ?
Por que se pode comemorar bebendo e não orando ?
Por que torcedores invadem o campo num ato fanático e idólatra para arrancar as vestes de jogadores e os jogadores não podem agradecer ao seu Deus (seja ele qual for) ?

A FIFA que deveria cuidar de futebol está equivocada em querer meter o bedelho onde não lhe compete. Tantos escândalos de campeonatos violados, tantos erros de arbitragem em plena copa do mundo, tanta falcatrua que virá junto com possíveis arrecadações ilícitas em construções de novos estádios no Brasil (coisa que qualquer boçal percebe a real intenção). E a FIFA preocupada em proibir manifestações de fé ?
Realmente o futebol que nasceu no berço da burguesia, teve forças pra se tornar o esporte do povo e novamente esta sucumbindo diante dos interesseiros gananciosos moralistas e ditadores.

Nos nossos estádios brasileiros não se pode mais fazer festas, foi-se o tempo onde bandeiras tremulavam, pó de arroz e papel picado davam tons carnavalescos, claro que a violência tem sua parcela de culpa para o fim disso, mas violência que de outro setor social que não é hora de falr sobre agora. Hoje existem cadeiras numeradas, se na hora da compra de um ingresso o seu for numero X e de seus filho Y, vocês tem de se sentar separados.
Já não basta essa modernidade enganosa que unicamente interessa aos que “arrecadaram o seu” agora não se pode professar sua fé ?

Fifa, Kfouri e qualquer outro ditador fundamentalista, a fé faz parte do povo, e ninguém tem o direito de privar a expressão da mesma, seja ela qual for.
Pegam no pé do Felipe Melo pois sempre comemora os gols gritando “glória a Deus”, pegam no pé principalmente do Kaká por ele falar um palavrão, pura hipocrisia, pois ele é humano e todo humano fala palavrão, e aquele que não permite um palavrão não é um “ducado” mas um mero moralista.
Nesta hora ele é Kaká quando fala um palavrão é julgado como uma pessoa religiosa e de fé, mas na hora de comemorar não pode ser.
Apesar de eu Will ter nojo da igreja onde  Kaká congrega (por divergencias teológicas e de pontos de vista), fiquei muito feliz em ver que ele é humano quando soltou aquele palavrão naturalmente, Kaká parabéns, não pelo palavrão em si, mas pela atitude espontâneamente humana...E continue assim, desse jeito, na sua igreja (repito, apesar de não gostar dela, é ela que te faz feliz) E jamais deixe de dar graças ao nosso Deus por incomodar algum moralista.
Se for campeão tomara que repitam a oração no meio campo mesmo com proibição da FIFA e use aquela camisa por baixo que sempre usa "I belong to Jesus" (eu pertenço a Jesus)
Soli deo gloria, Glórias somente a Deus.

Sinceramente Juca e FIFA, vão procurar o que fazer, na verdade vão fazer o que lhes compete, ao Juca ser um jornalista e não um crítico de usos e costumes muito menos sobre fé coisa pelo qual ele mesmo diz não ter nem acreditar, e a FIFA cuidar do futebol, coisa que não faz bem a tempos.




às 14:50 , 0 Comments

Perseguição religiosa

Eu apoio sim as chamadas “missões”, mas em partes...Creio no termo “religião é o ópio do povo” e a maior parte dos missionários não vão com a missão de Jesus, que é amar, mas vão com a missão de evangelizar (termo conhecido como tentar converter ao cristianismo).


Creio que grande parte dos lugares onde são enviados missionários, como África, Ásia e Oriente médio necessitam sim de ajuda, apoio, de um auxilio e de esperança de vida. E isso com toda certeza provém de Jesus que é amor, apresentar novos valores, maneiras, e tornar eles mais sociáveis é lindo. Isso é missão.


Mas quando leio em sites as cartas de missionários, me dá um nó na barriga de como colocam baboseiras no meio de uma coisa tão nobre, como esse povo adora criticar e falar mal das "outras" religiões, não que isso que acontece não seja verdade, de existir perseguição e tal. Mas nunca vi alguma matéria deles falando como os muçulmanos são perseguidos nos EUA, pois lá todo árabe também é vigiado, espionado, tem dificuldade para arrumar emprego e sempre é confundido com terroristas na rua, e ai porque não contam isso? Talvez eu precise entra em algum site de missionários muçulmanos se é que exista isso.


Esse tipo de perseguição não é nada perto do que os "cristãos" já fizeram ao mundo, não existe povo mais perseguidor que os cristãos e isso é e foi fato. Até porque os cristãos são maiorias no mundo.

Creio que hoje em dia essas outras religiões são ainda mais tolerantes que a igreja cristã foi um dia, existia tempos que ou se convertia na hora ou era fogueira, queria ver eles contarem a história de como os portugueses convertiam os índios no Brasil...queria ver eles contarem sobre as cruzadas, que o "povo de deus" invadia tudo matando todo mundo.


Eu pergunto, por acaso o cristianismo também não é anti-islã ?

O islã não é anticristão.... É apenas mais uma religião fundamentalista


O Brasil é estado laico, não tem religião, mas muitos países têm, são cristãos, judeus, hindus e muçulmanos – essa tal perseguição existe, mas é o mesmo que um muçulmano entrar num pais cristão, num pais judeu e etc. Só olhar para o que Israel (pais judeu) faz com os muçulmanos lá. Só olhar para o que a Coréia do norte (pais hindu "grande parte") faz com cristãos e muçulmanos lá. Só olhar o que os EUA (pais cristão protestante) faz com as outras religiões.


Voltamos ao velho ponto... Cristianismo que deveria ser seguir a Cristo e não a uma religião (o que eu entendo por) não é converter, trazer pra essa religião... Cristianismo é ou deveria na prática ser “AMAR”.

Mas ninguém deles vai com esse propósito, vão pra converter a outra religião tão igual e fundamentalista quanto a que eles já têm.



Islamismo, cristianismo, hinduismo, budismo, fanatismo, calvinismo, teismo, deismo, frescurismo, cocozismo... Todos "ismo" não tem haver com Deus. Como já dizia Caio Fábio.

às 06:28 , 0 Comments

segunda-feira, 7 de junho de 2010 às 08:40 , 0 Comments

domingo, 16 de maio de 2010 às 18:25 , 0 Comments

Avatar o Reino

Por: Sandro Baggio

(Aviso: essa postagem pode conter spoilers para quem não assistiu o filme)


Fui ver Avatar no último sábado. Foi um dos melhores filmes que assisti em 2009. Vale a pena ser visto em 3D.

Apesar de ser um blockbuster com todos os clichês hollywoodianos (o que esperar do diretor de Exteminador do Futuro, Aliens e Titanic, dentre outros?) Avatar tem imagens belíssimas do fictício planeta Pandora e traz uma crítica contundente sobre o colonialismo e imperialismo cruéis que têm sido praticados por império após império na história da humanidade. Naturalmente, o que logo nos vem a mente ao ver o filme, é o imperialismo norte-americano recente da era Bush, que levou a nação americana à guerra não tanto para defender-se do terrorismo como Bush alegava, mas para defender seus interesses de exploração de certos recursos naturais em outra nação, como ficou evidente.

Uma cena do filme, após a destruição de uma árvore que parecia ser indestrutível e era simbólica para a população dos Na’vi, lembra o cenário de Nova Iorque coberta de pó e cinzas em 11 de setembro, quando as torres gêmeas que também pareciam indestrutíveis e eram símbolo do capitalismo ocidental ruiram. Seria uma forma de nos lembrar que o mal que não desejamos para nós, não devemos derramar sobre os outros?

Em sua mensagem principal, Avatar é A Missão* do século 21. O filme nos faz pensar seriamente sobre nossa relação com a natureza e com os outros seres humanos.

Ao ver Avatar e seu paradisíaco mundo de Pandora, onde havia uma conexão entre todos os seres vivos, gerando um respeito pelos animais, plantas e pela natureza viva, um profundo senso do sagrado e reverência pelo divino, fiquei imaginando como teria sido o Éden. De fato, Avatar me fez ansiar pelo novo céu e nova terra, quando tudo será restaurado, quando serão feitas novas todas as coisas.

Avatar é uma palavra sanscrita que significa encarnação. No fime Avatar, o ator princípal encarna o corpo sintético-biológico de um nativo Na’vi por meio de uma tecnologia super-ultra-avançada (ficção ciêntifica pura), aprende sua língua, seus costumes, torna-se um deles, com o objetivo de transmitir-lhes uma mensagem (que, infelizmente, não eram boas notícias). Este aspecto do filme tem um apelo especial para mim porque encarnação é um de meus conceitos teológicos e missiológicos favoritos. Os Evangelhos são a narrativa do Deus que se fez carne e habitou entre nós, falando nossa língua e vivendo nossos costumes para nos transmitir a mensagem de boas notícias de salvação (e não de coerção e destruição) de maneira inequívoca.

Como Igreja, nossa missão neste mundo, enquanto aguardamos o novo céu e nova terra, é encarnar o Evangelho de tal maneira que nossas vidas sejam um reflexo neste mundo (ainda que pálido em comparação) de como será a vida no próximo.

Precisamos avatar o Reino no poder do Espírito Santo.

“Venha o Teu Reino, seja feita a Tua Vontade, na terra como nos céus. Amém.”

terça-feira, 6 de abril de 2010 às 18:21 , 0 Comments

Oração do Santo "dai-me" da Teologia da Prosperidade

Dai-me sua fé Dai-me seu tempo
Dai-me seu coração
Dai-me seu dinheiro
Dai-me seus bens
Dai-me sua adoração
Dai-me sem moderação
Dai-me sua alma também


Amém


Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me
Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me
Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me
Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me
Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me
Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Dai-me, Tudo!!!




Oração de todo Apóstolo-Xamã ao iniciar um culto a Mamon.

Sérgio Pavarini

terça-feira, 30 de março de 2010 às 07:16 , 0 Comments

AHAVA

É relatado com uma afeição vivida;

Um sentimento inexplicável e base principal da vida;


É aquele que te faz sonhar acordado;


Que ter faz gritar muito alto, mesmo estando calado;


Que quando está aquele friozinho, só quer ficar agarrado;


O maior responsável pela saudade, quero matar logo essa vontade, de só estar com você;


Aquele que trás agonia, não consigo esperar nem por um dia, quero só estar com você;


Diante dele todo local é perfeito, poder ser onde for, não existe defeito;


Tudo vira um por do sol numa praia deserta, aquela cena clássica de cinema;


A brisa no rosto, o perfume das flores, sensação de se estar completo;


Como é bom ter você por perto;


É tão simples e ao mesmo tempo tão complexo;


Impossível descrever com palavras, senti-lo que é o jeito correto;


È a maior sensação de liberdade, mas como se tivesse preso por um elo de afinidade;


É o que move os seres imperfeitos, pois desconfio que seja a própria perfeição;


Tão maravilhoso que só ele é capaz de produzir o perdão;


Que sentimento é esse que parece fazer o tempo parar?


O melhor é ser amado, ou o melhor é amar?


A resposta pra isso talvez nem exista, e nem deva ser nossa busca interior;


Felizes mesmo são os que apenas se rendem ao amor!

segunda-feira, 29 de março de 2010 às 17:57 , 0 Comments

Evangelizar

Se evangelizar é encontrar uma pessoa na rua e com toda cara de pau dizer "Jesus te ama" e dar as costas, eu não evangelizo.
Se evangelizar é tocar hino nas praças e ir para casa se achando o máximo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é ir numa marcha para fazer propaganda de igreja e cantores, eu não evangelizo.

Se evangelizar servir para arrastar pessoas para igreja quando tem festinhas com comida e montar esquemas para ela se sentir bem-vinda somente naquele momento, eu não evangelizo.

Se evangelizar é entregar folhetos que serão jogados no chão e criará mais sujeira nas ruas, eu não evangelizo.

Se evangelizar é pregar com base para embutir culpa nas pessoas bombardeando-as com idéias de pecado e conseqüentemente o inferno para os maus e céu para os bons, eu não evangelizo.

Se evangelizar é convencer as pessoas a se protegerem do mundo dentro de uma igreja que acaba se tornando um bunker contra toda guerra espiritual e ofensivas do diabo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é sistematizar o Evangelho, eu não evangelizo.

Agora se evangelizar é caminhar junto, estar presente na vida das pessoas, ser ombro amigo, chorar e rir em vários momentos, então eu creio que eu evangelizo.Afinal entendo que o maior evangelismo de Cristo, foi estar ao lado, foi comer junto e presenciar toda a aflição e alegria do teu próximo.

Creio que evangelizar é sinônimo de relacionamento. O verdadeiro evangelho não é feito de
seguidores e sim de amigos.Portanto, se evangelizar é partilhar o pão nosso de cada dia, eu evangelizo.

Villy Fomin

quarta-feira, 24 de março de 2010 às 20:23 , 0 Comments

O Céu e o inferno

Encontrava-me indo para o serviço logo cedo, por volta das 7h da manhã dentro do trem, aquele trem vazio que o povo de São Paulo é obrigado a pegar para ir trabalhar. Quando reparei uma pessoa se contorcendo para conseguir ler um jornal, onde na capa estampava a noticia “Protesto contra governador evangélico continua”.

Quando me deparo com este tipo de situação, começam vir as palavras, essas formam frases, e posteriormente pensamentos inteiros. Minha mente protestante, critica, e meio louca insiste em falar “- escreve isso”, e cá estou rs.

Talvez escrever sobre isso nem valha a pena, talvez nem sirva pra nada, talvez sirva mesmo só pra eu olhar esse texto daqui um tempo e ver “quanta besteira eu escrevi”

Mas de momento é uma forma de gravar um desabafo que cansa cada vez mais quando vejo e escuto essas coisas.

Fato é que cada vez mais aparecem escândalos envolvendo os “ungidos” do Senhor, esses detentores da verdade única, esses conhecedores da forma de ser salvos, esses mesmos que deveriam ser o sal da terra, luz para o mundo, etc..Seria isso um sinal apocalíptico do fim dos tempos? 2012 esta logo ai. Será que Jesus está voltando?

Creio que ele nem foi, que está sempre conosco, mas isso deixa pra lá, o assunto aqui é outro.

Vamos entrar no tópico principal, ultimamente tenho conversado sobre o nosso suposto destino eterno, sobre céu e inferno, ou seja, coisas que crente normalmente conversa . Alguma vez cheguei a dar umas declarações que podem chocar os mais conservadores, mas não é falar que importa, mas sim o como falar, aprendi isso a pouco rs.

De acordo com o linguajar “crentês popular” para garantir sua passagem para o céu e viver eternamente no paraíso, basta reconhecer, dizer em voz alta que o “Senhor é meu único salvador”. Que somente obras não levam ninguém para o céu, e sim condenam ao inferno, aquele mesmo criado por Dante, o do fogo eterno, lago de enxofre e um ser vermelho com chifrinhos o espetando. Bem criativo porém contraditório quando nos deparamos com a realidade vivida nos dias de hoje.

Com toda certeza se perguntarmos para onde queremos ir, a resposta será o céu, lógico. Mas eu me atrevi a escolher o inferno, não esse do enxofre, claro que não, também não sou tão besta assim, mas escolhi aquele inferno onde está Gandhi, Madre Tereza, e um punhado de pessoas assim, aquele inferno onde não vou encontrar esses políticos evangélicos, pois os mesmo já levantaram a mão e supostamente estarão em outro lugar seguindo essa lógica.

Tal afirmação minha pode ser forte, nossa, um crente que quer ir para o inferno. Sim é isso mesmo se usar essa lógica. Mas no fundo não acredito nessa lógica, essa mesma na minha visão foi criada por homens. Como muitas outras “coisas” que hoje são tidas como vontade de Deus, o Soberano, Criador, Pai amoroso, mas que pra mim são pensamentos humanos, criados da estrutura nossa que é pó e assim sujeita a falhas. Talvez nem falha, mas um ponto de vista apenas.

Jesus nos fala, quem não está em mim já está em trevas!

Creio que Jesus não está se referindo á um destino pós morte, pois o verbo está no presente, e esse estar Nele também não seja um cunho religioso, mas sou pó e sujeito a falhas.Agora eu pergunto, será que esses políticos conseguem dormir em paz? Será que ele sente aquela paz de Deus, provida de saber que não está devendo nada, saber que não está sacaneando, aquela paz onde você se olha por dentro e não vê sujeira? Aquela paz onde você olha pra Deus e diz Senhor eis-me aqui? Será?

Você pode até falar assim: - Mas com esse tipo de trevas até eu conviveria fácil!

Agora usando a psicologia inversa com pontos diferentes eu digo:

- Naquele inferno onde há pessoas não Cristãs por religião, mas por ter abraçado o ideal,a causa, a virtude, o espírito de Jesus, ah nesse eu viveria fácil, muito fácil!

terça-feira, 23 de março de 2010 às 16:24 , 0 Comments

Eu acho que vi o Reino

Em Mateus 6-33 Jesus nos fala “-Busquem pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas as demais coisas lhes serão acrescentadas”

Interessante por que ele diz isso logo após nos mostrar as bem-aventuranças que são uma palhinha de quais valores deveríamos nos alimentar e busca-los até que esses façam parte de nós. E também após nos alertar de valores e ações pelas quais não devemos nos apegar, pois as mesmas não coincidem com os ensinamentos e a proposta de vida apresentada por Jesus. Aliás, particularmente os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus são o meu manual de vida.

Mas essa coisa de buscar o Reino, como é?

O Reino é algo a buscar-mos pra depois de morrer? Ou seria algo a buscar-mos trazer do céu pra cá? O Reino já não é aqui?

Esses dias eu vinha do serviço pela av.Berrini como de costume quando entrou um homem, com uma mochila bem grande, sujo e despenteado; E assim que ele pediu pra passar por baixo eu já desconfiava que fosse mais um desses pobres pedintes, então tirei um fone do ouvido e baixei um pouco o volume do celular onde eu escutava música, música, aliás, que a letra terá muito haver com esse momento, mas citarei logo à frente.

Eu tinha R$3,50 na minha mochila de moedas, que eu usaria para comprar pão e tomar café no dia seguinte, então pensei em pegar um real para ajudar o rapaz. Mas alguma coisa estava acontecendo ali e eu não conseguia saber o que era. Ele era sim mais um pobre andarilho pedinte, porém ele falava diferente do que vemos, sim foi educado como todos costumam ser, mas ele não tentou passar aquele “ar” de coitadinho, foi breve e direto.

“-Pessoal, me desculpem por isso aqui! Sei que a maioria aqui está cansado e vindo do serviço mas eu não tenho opção, tenho que vir aqui pedir porque estou com fome, quem puder me ajuda eu ficarei agradecido.”

E somente com essas palavras veio se dirigindo ao fundo do ônibus e quase nem sequer olhava nos olhos dos passageiros para ver se alguém se prontificou á ajuda-lo. Nesse momento algo já falava comigo, mas ainda não sabia o que era, mas resolvi dar todo os meus R$3,50, pois tive uma consciência em que lá onde eu trabalho nos é servido á vontade, biscoitos, chocolate quente, e muitas coisas onde poderia substituir pelo pão com qual compraria com aquele dinheiro.

Ao mesmo tempo em que esperava ele chegar até mim eu ouvia uma música, o nome dela é “súplica cearense” do novo álbum do O Rappa, como eu já tinha me “ligado” na letra eu tinha colocado pra ficar repetindo no celular, e isso acabou fazendo parte daquilo que eu estava vivendo ali.

Quando ele chegou até mim eu entreguei o dinheiro na mão dele, e ali ele me agradeceu com a seguinte frase.

“-Obrigado, que Deus continue fazendo de você uma benção ao teu próximo!”

Ali já meio que parei, como se fosse possível prestar mais atenção ainda no que ele falava, e do mesmo jeito que respondi “-Amém mano isso é o que eu realmente busco” começou um diálogo entre nós, aliás, nem diálogo foi, fiquei tão pasmo que nem falei, simplesmente o ouvi.

Ele começou a me contar uma história que era mais o menos assim.

“-Eu vim de Minas pra trabalhar aqui, mas não deu certo, não tenho dinheiro pra voltar, por isso fico andando por ai nos ônibus e assim conseguir algo pra comer, mas Deus vai me mostrar uma saída por que eu acredito nele”.

Esses dias eu estava com muita fome mesmo e acho que Deus tava a fim de testar minha fé, mas eu sou ligeiro. Entrei em um ônibus para pedir e Deus colocou no coração de um rapaz de me dar R$5,00 e assim que desci do ônibus tinha um comércio que vendia marmitex por exatamente R$5,00. Mas olha só. Quando eu sai de lá com a marmitex na mão, lá do outro lado da rua tinha uma moça nova ainda com uma criança no colo pedindo no farol, e eu fui lá e dei minha marmitex pra ela.

Até ai eu já estava anestesiado vendo aquele cara falar comigo, pois aquilo parecia que ele falava de dentro, não parecia mentira, e citava sempre Deus a todo o momento. E ao fundo eu ainda tava com um fone no ouvido e a letra dessa música falava como se junto com o rapaz e tudo combinava, parecia se encaixar, e eu ali meio besta. Mas ainda não acabou, ele continuou dizendo:

“-E bem na hora que eu voltei, você não vai acreditar, mas tinha uma nota de R$50,00 bem na calçada que tinha acabado de passar, eu olhei pros dois lados e não tinha ninguém, e eu sei que Deus usou aquela moça pra abrir essa porta pra mim eu sei disso”.

Eu fui lá e comprei outra marmitex e fui e dei R$25,00 do troco pra ela, claro né se eu não tivesse falado com ela não ia voltar e não ia achar os 50. E também eu tava era com fome só, pra mim naquela hora 50 era mais que o suficiente e ela precisava muito mais que eu. Mas eu aposto que se fosse qualquer outra pessoa nem ia reparar nela do outro lado pedindo dinheiro com um nenenzinho.

E eu além de ficar com um prato de comida ainda fiquei com R$20,00 ta ótimo né?

Uma moça que estava no banco de trás que eu estava escutou a conversa e deu pra ele um pacote de bolacha água e sal, ele abriu o pacote, ofereceu pra mim e a todos ao redor, e nesse momento o ônibus parou no ponto e ele desceu rápido e só deu tempo de falar “-Fiquem com Deus”.

Eu simplesmente não consegui responder, e quando olhei para os lados as pessoas escutaram ele falando e estavam todos quase como eu, meio paralisados, e ele em todo momento falou aquilo olhando pra mim, talvez nem tenha reparado nos outros.

Não sei se aquilo é de fato verdade, mas mesmo se não for aquilo falou comigo e com mais algumas pessoas que escutaram. Sinceramente não creio que é mentira por que ele falava diferente, falava de dentro e demonstrava uma fé e um temor a Deus muito grande.

Mas o que eu quero dize é:

Como na letra da música ele é mais um que crê sinceramente em Deus, que demonstra o que realmente significa o “temer” a Deus, não por medo, mas um respeito, uma consciência do nosso tamanho e posição para com Deus.

Porém como na música, será que orou errado pra vida dele estar assim?

Acho que ele não orou errado, e acho que como na música esse tipo de pessoa tem um valor inestimável aos olhos de Deus, o socorro dele vem sim do céu, o Espírito Santo com certeza está junto com ele. Por que a meu ver, a capacidade de reparar, se solidarizar com a moça, por mais necessidade que passe, enxergar alguém mais necessitado ainda, e continuar sua jornada sem olhar pra Deus e perguntar: Por que comigo? ou, O que foi que eu fiz? Isso é um sinal claro do Reino entre nós, amar Deus por Ele mesmo.

Ele pode nem perceber, mas ele foi o resumo do sermão do monte. Ele foi o que eu acho que Deus quer de nós. Ele é alguém que têm a causa de Cristo implantada em sua vida. Ele é um “crente” de verdade.

E se o tal Reino for literalmente ir para um “céu” andar em ruas de ouro etc... Eu prefiro ficar por aqui rodeado de pessoas como esse cara que eu nem sei o nome. Pois pra mim esse tipo de Reino tem muito mais valor.

sexta-feira, 19 de março de 2010 às 16:46 , 0 Comments